quinta-feira, 21 de novembro de 2013


Natal de novo
Novo Natal
















Foi Natal
Os galos foram os sinos
Os anjos são os meninos, no segredo da cabana, acabados de nascer.
Foi Natal
Nas mãos limpas, abertas para acolher,
No missionário, escorrendo suor,
que escolheu viver cada dia, em cada hora
O evangelho do Amor.
Foi Natal
No brilho do olhar, no coração da avó que recebeu em casa, e na sua vida, o seu Senhor.
Foi Natal nas ruas de pó e pedra, onde os sorrisos correm descalços
em buganvílias a florir
no silêncio do caminho.
Foi Natal
No hábito do capuchinho,
do jovem que se fez pescador.
Na menina que se fez Irmã, sol, carinho, amor.
Foi Natal
E as vestes brancas dos anjos morenos
encheram de alegria e cor e paz e bem
a igreja que hoje foi nova Belém
Foi Natal
Na aldeia que amanhece louvando o Senhor,
No pão partido para quem vier, de longe, de perto, seja quem for.
Foi Natal
Sem gorros vermelhos, nem montras iluminadas
Sem bolas de espelho, brilhantes, guardadas
gastando brilho e cor no tempo que passa.
Foi Natal à luz de velas e estrelas cintilantes na imensidão do céu que a cada noite nos abraça
Foi Natal no mar que canta nas casuarinas junto à ribeira,
Na oração chorada, na roda de irmãos,
 à sombra fresca da mangueira.
Foi Natal
Os sinos tocaram, os anjos cantaram, as crianças riram e eu não ouvi.
Enquanto enfeitei o meu pinheiro e contei o dinheiro que gastei nas prendas que dei ou recebi
Foi Natal lá fora, e eu não vi.

21/11/2013

Olinda Ribeiro