sexta-feira, 25 de março de 2011

Senhora do Sim

Maria…
mulher de Nazaré, mãe da humanidade…
Nos teus braços a certeza de Israel!
Maria, modelo de fé… A escolhida de Deus para ser morada
Recebe, serena, Deus Menino…
Maria abençoada!...
Nos teus olhos o brilho dos que na intimidade de Deus
Conhecem a infinita felicidade…
Maria mãe,
Mulher,
que acreditaste até ao fim e, mesmo sem entender,
ousaste dizer: «faça-se em mim».
Maria… caminhante com Cristo e em Cristo
Transforma o presente em eternidade!
A esperança no Natal em Natal da Esperança!
Maria, ponte que liga a terra ao Céu,
Mãe do Deus vivo no «tu» e no «eu».
Maria, minha mãe
Ensina-me, Senhora do Sim
A tua fidelidade.
Ensina-me o silêncio, o serviço
A humildade.
Ensina-me mãe, o amor
A teu filho, Jesus,
meu Senhor.
Olinda Ribeiro

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vives em mim






















 De onde vem a força na minha fraqueza?
De quem é a mão que me faz levantar?
Porque brilham os meus olhos se eu não sou luz?
Quem me faz rica na minha pobreza
E orienta os meus passos ao caminhar?
Quem planta flores na minha cruz?
Quem fala por mim, que não sei falar?
Quem, na minha boca, põe a verdade,
E enche a minha vida de cor?
Quem me acolhe se eu falhar?
Quem me serena na tempestade?
Quem no meu coração semeia amor?
Só tu Senhor és minha vida
Tudo o que sou, de ti me vem
Tu me amas sem conta ou medida
E a ti me entrego, agradecida.
Eu, sem ti, não sou ninguém.
Olinda Ribeiro

sábado, 19 de março de 2011

Que bom estarmos aqui...


Contigo subi à montanha,
Ao alto dessa montanha que és tu, meu Senhor.
Que bom é estarmos aqui…
Aqui no alto onde só existimos nós.
Eu, tu e a tua paz.
Eu, tu e a tua Lei.
Eu, tu e a tua palavra.
Eu e o teu amor.
Que bom estarmos aqui…
Quiseste elevar-me e aqui me tens, Senhor,
No alto da montanha
Pobre, frágil, cheia de incertezas, de fraquezas…
Assim me escolheste para subir à montanha contigo,
E é tão bom estarmos aqui…
Permanece, Senhor, em mim,
Fala-me, olha-me e eu serei tua tenda
Tua morada.
«Levanta-te, não tenhas medo».
Que temerei eu contigo do meu lado?
Como ficar por terra quando amorosamente me dizes:
«Levanta-te!»
Que bom estarmos aqui, Senhor…
Quisera aqui, contigo, permanecer,
Mas é preciso descer.
Contigo me levanto,
Para ti ergo o meu olhar
E tu, que és o meu Senhor
Desces a montanha comigo
E escolhes a minha vida para morar.
Que bom estarmos aqui…
Aqui, em baixo, também pode ser montanha.
Como és bom, meu Senhor…
Olinda Ribeiro

terça-feira, 15 de março de 2011

Tenho sede


O meu Senhor vem ter comigo
Comigo…
O meu Senhor…
Senta-se à beira do poço e diz-me:
«Dá-me de beber!»
A mim…
O meu Senhor…
Como me pedes de beber, a mim, que morro de sede?
Tu que és minha água, meu alimento?!
Tenho sede da tua justiça, da tua paz
Tenho sede do teu amor
Tenho sede de ti, meu Senhor.
Deixa-me beber essa água viva
Que tudo transforma
Para que eu seja digna de levar os meus irmãos à fonte
Que sacia para sempre as nossas sedes.
A fonte que és tu, meu Senhor.
Aqui…
Na beira do poço…
Sentado comigo…
O meu Senhor…
Olinda Ribeiro

segunda-feira, 14 de março de 2011

Do alto da cruz



Do alto da cruz,
Um fogo intenso incendiou a terra
E o seu ventre de cinzas explodiu em vida
Nova, fortalecida.
Do alto da cruz,
O vento forte soprou
E todos os montes
De todos os calvários
Sentiram a força de renascer.
Do alto da cruz,
Num grito de liberdade
Uma pomba branca abriu asas e voou
E um novo dia aconteceu.
Do alto da cruz,
Uma fonte de água viva jorrou
E para sempre matou todas as sedes da humanidade.
No alto da cruz,
Apenas uma luz pequenina e trémula ficou
Porque o grande Sol
Se dividiu em mil luzes
Que iluminam para sempre os nossos caminhos,
limpam a noite dos nossos olhos e nos permitem ver.
Meu Senhor que és meu fogo, minha água fresca, minha liberdade e minha luz
Deixa-me morrer contigo na tua cruz
E com o teu Espírito para sempre renascer.
Olinda Ribeiro

sábado, 12 de março de 2011

O teu rosto...


Quero limpar, o teu rosto, Senhor.
Quero enxugar tuas lágrimas,
Partilhar tua dor.
É por mim, teu sofrimento,
Para mim, o teu perdão,
O teu amor.
Foi por mim, o teu sangue derramado.
Por mim a tua entrega, sem lamento.
Por mim, Senhor, teu carrasco, teu filho amado…
Deixa que por um momento
Repouse em ti meu olhar
e minha vida se perca na tua.
Não hei-de ficar
vendo-te sofrer,
morrendo,
caído,
espezinhado,
na rua,
passando.
Quero, Senhor, ser tua Verónica, teu Cireneu.
E como o bom ladrão
Ouvir tua doce voz dizendo:
Hoje estarás comigo no céu.
Olinda Ribeiro

sexta-feira, 11 de março de 2011

Hoje saí, chovia. Encontrei o Senhor!


Que bom é o cheiro da terra molhada…
Que bom é o cheiro!
Que doce é o canto da chuva caindo…
Que bom é escutar!
Que bom é sentir a chuva no rosto…
Que bom é sentir!
Que belo é o brilho da chuva na luz…
Que bom descobri-lo!
Que bom é amar-te, Senhor.
Que fácil encontrar-te
No cheiro, na brisa, no brilho, na canção
Na alegria que enche o meu coração
Quando te encontro,
E me tocas no rosto,
E me encantas o olhar…
Como passar sem te ver?!
Como não te sentir?!
Como não te amar?!...

Olinda Ribeiro

Deserto

 Pai, volta para mim o teu olhar,
Percorre o deserto da minha vida.
Toma-me na tua mão
Para que possa um dia ressuscitar
Na vida nova, por teu amor oferecida
Na cruz da libertação.
Tem compaixão de mim, meu Senhor,
Areia sedenta de vida,
Pó, que sonha ser barro nas tuas mãos.
Vasto é o deserto
Longe o horizonte
Áridos os chãos.
Faz comigo a travessia, mostra-me a saída.
Luar da minha noite,
Minha luz na escuridão.
Meu Pai bondoso e meu Senhor.
A caminho de mim,
Contigo quero morrer, para em ti florescer
Na tua Páscoa de amor,
No encontro, na doação.
Olinda Ribeiro

quarta-feira, 9 de março de 2011

Pai, nas tuas mãos...


Sou livre
E nas tuas mãos entrego minha vida, confiante.
Sou livre
E a tua é a única vontade que quero minha, doravante.
Sou livre
E minha liberdade, sem reservas, te ofereço.
Sou livre
E no teu colo, criança, feliz, adormeço.
E porque sou livre,
 livremente te peço:
Orienta, Senhor, os meus passos,
dirige o meu olhar.
Que eu não queira possuir
mais do que o que me queiras dar.
E que eu viva cada dia
Na perfeita alegria de, livremente, Te servir
E amar.
Olinda Ribeiro

sexta-feira, 4 de março de 2011

Cantarei o Amor


O Espírito que pairava sobre as águas
Sozinho, prenhe de amor
Foi pomba e foi chama
Fez do mundo a sua cama
Seu ninho de amor

Nasce a noite, vem o dia, a terra e o mar
E por Maria, em Jesus
Veio ao mundo o meu Deus
E para sempre, lá dos céus
Surgiu nova Luz

Hoje e sempre cantarei
Deus é amor
E com a vida mostrarei
O meu Senhor

O Espírito já não paira sobre as águas
Não está só mas vive em mim
E eu vou revelar sua luz
Ser espelho de Jesus
Do seu amor sem fim
Olinda Ribeiro

Louvado Sejas

Louvado sejas Senhor, querido Pai
Pela Primavera em flor
Pelas folhas e flores que brotam em explosão de alegria e cor…
Louvado sejas pelos animais dos céus, da terra e do mar.
Louvado sejas pela capacidade que nos deste de rir, chorar…
E de amar.
Louvado sejas Senhor Jesus, pela Páscoa que nos permites por Teu amor;
 Por seres nosso Deus, nosso irmão, nosso amigo fiel e confidente.
Louvado sejas Senhor, por cada um dos dias de que são feitas as nossas vidas;
Porque te dás, no pão e no vinho, gratuitamente.
Louvado sejas por aqueles a quem damos e de quem recebemos carinho.
Louvado sejas pela vida feita de dias claros e noites sombrias
E pelos luzeiros que nos colocas à frente iluminando-nos o caminho.
Louvado sejas pelos irmãos que transportam em si a tua luz
E nos fazem sentir o teu amor e cantar aleluias.
Louvado sejas pelos irmãos que nos ensinam a Paz e o Bem,
E a viver em plenitude.
Louvado sejas pelos que entregam a sua vida
E fazem os seus sonhos de juventude
Despertar em nós o sonho de Deus.
Nós Te louvamos Senhor pelos irmãos que são espelho do Teu amor.
Pela obra da tua criação,
Em toda a terra e nos céus, nós te louvamos Senhor.

Olinda Ribeiro

quarta-feira, 2 de março de 2011

Deus e a minha insignificância


Olha para mim, Senhor, minhas mãos, vazias.
Sozinha nada sou, nada valho.
Com o Teu amor, tudo posso fazer.
Não há montanha tão alta
Que não possa ultrapassar.
Não há oceano tão profundo
Que não o possa cruzar.
Nem caminho tão tortuoso
Que não possa ser por mim percorrido.
Dizem-me que precisas de mim…
Que tenho eu, para que Tu,
Deus omnipotente
De mim precises?
Aqui estou.
Tudo o que tenho e sou,
É Teu, Senhor.
Conduz-me pelos Teus caminhos,
 E eu, que nada tenho para dar,
Levarei onde e sempre que quiseres
Um pouquinho desse amor bom
Que colocaste no meu coração.
A Ti me ofereço,  Senhor.
Toma a minha vida. Vem comigo.
Olinda Ribeiro