terça-feira, 26 de março de 2013

Só morrendo contigo


Só morrendo contigo

Poderemos ressuscitar contigo!


 



Mais uma vez me dizes
Que me amas
E que me achas capaz de recomeçar
Por muitas quedas e erros…
Dizes-me para deixar o desalento e ressuscitar contigo!
Digo-te “Não sou digno”
E tu abraças-me e colocas-me o anel do filho pródigo…
Dizes-me: «Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que eu hei-de aliviar-vos» (Mateus 11,28).
E tomas sobre ti o que é pesado para mim…
E assim revelas que preferes o amor à dor
E que amar-te é responder-te…
Quero entregar-te, Senhor, a minha fragilidade
Esta fragilidade atrás da qual me escondo,
Como se Tu não fosses a minha força.
Como gostaria Senhor de partir para a terra que me indicas,
Como gostaria de semear todo o meu trigo
Semear, abrindo generosamente a mão,
Sem temer a incerteza do tempo.
Liberta-me Senhor do medo…
Porque a tua graça é luz
Que rompe todas as noites
É ponte que vence “os vales tenebrosos”.
Quero viver a alegria,
Ainda que o dia tenha horas cinzentas,
Quero acreditar em mim, sem ficar preso à humilhação de alguns fracassos;
Quero retomar o caminho,
Após a confusão de cruzamentos e de atalhos.
Quero afirmar a certeza da tua presença Senhor!
Eu sei que sou, por Ti
Contínua e gratuitamente amado…
Amado por Ti mesmo antes dos meus dias terem começado,
Amado por Ti nas horas de oração,
E amado por Ti quando penso que os meus gritos não são ouvidos.
Amado por Ti sem intervalos.
Gratuitamente. Totalmente.
Amado por Ti!
Neste prego que seguro nas mãos
Estão, Pai, todas as dúvidas, medos, fracassos,
Todas as minhas quedas…
Tudo aquilo que me prende à cruz e me impede de sair do sepulcro,
tudo o que me definha e anula.
Neste prego estão as tantas vezes
Em que rejeitei o amor e gastei as horas em actos inúteis e infrutíferos.
Tu apelas “Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”
E com o teu perdão nos transformas, nos dás a libertação
E uma vida nova…
Só Tu Pai, com as minhas cicatrizes,
Consegues fazer de mim um homem novo
Teu Filho, Teu irmão, Teu discípulo, Teu servo…
E me dás a honra de me apoiar em Ti,
Tu que és o meu tudo!
Joana Ribeiro

sexta-feira, 1 de março de 2013

A sarça arde. Onde estou?
















Ando cego pelo mundo.
E tu, Senhor, estás em toda a parte por onde vou.
O teu povo sofre
Tem fome de paz, de liberdade, de justiça, de pão.
Nos sonhos de ter, casas, carros, fama, poder…
Vai deixando na margem do caminho
Caído, sofrendo, Teu filho Jesus, esquecido.
Vivemos a mentira, o desespero, a opressão.
Guerras por coisas banais.
O culto do EU e do MEU
O ser mais forte, mais elegante, mais, sempre mais…
É este o Horeb onde estou. A sarça arde, o sol brilha
E eu cego, não vejo os teus sinais.
Mas Tu Senhor, conheces o meu sofrimento, ouves os gritos do Teu povo e dizes o meu nome: Vem a mim e eu te enviarei.
No mundo semearás gestos de paz, de caridade e amor.
Porque Eu, o Senhor, te conduzirei por verdes prados
te darei terra boa onde corre leite e mel.
Que dizer-Te Senhor?
Não sou digno de ti, eu nada sei
Mas tu me chamaste e eu aqui estou
Podes enviar-me
E eu serei….
O que quiseres.
Olinda Ribeiro