sábado, 30 de abril de 2011

Ensina-me mãe...

Disseste «Faça-se!» e eu aprendi a confiar.
Apontaste-me o caminho
Que, sozinho, não posso abraçar.
Sem entender aceitaste,
E me ensinaste a amar.
Correndo para Isabel me mostraste a missão
De viver para os outros na entrega, na doação.
Mãe, és para mim, minha bússola, e meu colo,
Minha meta e meu caminho.
És a mão estendida quando estou triste e sozinho.
Mãe, ensina-me a fidelidade.
Ensina-me a acreditar sem precisar de entender
Ensina-me a fazer o que Ele me disser
Sem temer.
A partir sempre que ouvir Deus chamar
Sem pensar no que vou perder,
Mas saber que vou ganhar um bem maior,
E no fim do caminho poderei ver
O meu Senhor.
Olinda Ribeiro

Maria - Marias



Maria, Menina, Mãe, Mulher…
Maria pobre, humilde, serviçal
Maria, Entrega, Caminho, Natal.
Maria de Ana e Joaquim
Maria da Fé, Maria da Vida, Maria do Sim.
Maria do povo
Por quem os homens viram um dia
A esperança de um mundo novo.
Maria, estrela de Belém
Maria, jovem, valente, escolhida por Deus
Maria, mãe.
Maria, modelo de vida de outras Marias
A quem o Senhor visitou mas não O viram,
A quem o Anjo falou, mas não ouviram,
E continuam à procura da luz, de um sinal
E continuam à espera que seja Natal.
Maria da Conceição, desempregada por ter engravidado…
Maria do Céu, expulsa de casa porque não quis abortar
Maria de Fátima que pôs de lado o egoísmo
E aceitou mais um filho para amar.
Maria da Glória, Maria da Fé, Maria das Dores
Maria da Anunciação, Maria da Natividade,
Maria da Esperança e do desespero
Maria da Piedade e todas as Marias da Terra
Que com o risco da própria vida
Fazem de cada dia Natal e do Natal a sua vida.
Maria da Terra, sem país, sem ninguém,
Teu filho que de ti só espera amor, paz e bem
É Jesus deitado nas palhas, carente,
De mãos estendidas chamando-te: mãe.
Deixa Maria que a vida
Que dentro de ti um dia nasceu
Preencha o teu mundo dessa nova vida
Que, por um Menino, de outra Maria nos veio do céu.
E o mundo inteiro
Escutará o silêncio do teu sorriso
Cantando louvores ao Senhor.
E o menino de Belém
Há-de sorrir também
E guardar nos teus olhos
O olhar de sua mãe.
Olinda Ribeiro

Falando com Maria no Dia da Mãe


Quando te vejo, Maria, não reparo na jovem menina, cheia de sonhos como eu, a quem o Senhor escolheu para mãe de Jesus e de toda a humanidade.
Porque não serei capaz de ver em ti a fragilidade? Alguma vez a tiveste? Do Senhor te vem a força para levar ao colo toda a humanidade e, com um sorriso, ou um olhar, transformas o sofrimento em graça.
Sabes, Maria, quantas vezes me sinto infeliz porque não tenho tudo o que quero, quantas vezes me irrito porque não consigo impor a minha vontade e faço infelizes os que se cruzam no meu caminho. A minha vida é tão importante para mim… as minhas coisas… os meus sonhos…o reconhecimento dos outros por aquilo que faço…o desejo de poder… o sonho de riqueza e fama… Quantas vidas vejo desperdiçadas na espera da felicidade que não se sabe onde procurar, enquanto se ignoram as maravilhas que o Senhor nos vai oferecendo em cada novo acordar.
Ah, se eu fosse capaz de olhar o céu e dizer faça-se em mim a Tua vontade!...
Hoje em que a Terra olha com mais carinho para as suas mães, venho ter contigo, minha mãe, pedir-te que me ensines a felicidade de conhecer e seguir a vontade do Senhor e a orientar os meus passos pelos seus caminhos. Ao Senhor agradeço esta mãe maravilhosa que escolheu e quis partilhar comigo.
Olinda Ribeiro

Meu Deus e meu Senhor!


Creio meu Senhor que és tu quem aqui está
Porque te vejo e porque te sinto
Sinto a tua presença que me prende a respiração
E me faz saltar de alegria o coração.
Creio em ti meu Deus e te vejo
Em cada uma das obras da tua Criação.
Creio Senhor que és meu Deus todo-poderoso
E meu Pai muito amado, meu alimento.
Eu te amo meu Deus e meu tudo
E te agradeço a vida e as graças que, por amor, me concedeste,
Os irmãos que comigo rezam, riem e choram.
Eu te agradeço porque, mesmo quando te fecho as minhas portas,
Vens ter comigo e me dás a tua paz.
Eu te dou graças meu pai e meu amigo
Porque me deixas estar aqui, hoje, contigo.
Derramas sobre mim o teu Espírito
E me envias nesta grata missão
De anunciar o teu amor e a todos levar o teu perdão.
Permite, Senhor, que este fogo que arde na tua presença
Aqueça cada minuto dos meus dias,
Preencha o meu coração.
Então estarei na tua paz e, como Tomé, te direi:
Meu Deus eu creio em ti, eu te adoro, em ti espero.
Meu querido pai, eu te amo.
Olinda Ribeiro

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Ressuscitou!


Aleluia, o Senhor vive!
O sepulcro está vazio.
A morte foi vencida,
E no horizonte, sombrio, da vida,
Um novo sol apareceu.
Água das fontes cantai!
Cantai aves do céu,
Planetas, estrelas, cometas
Frutos, ervas e flores
E todos os filhos de Deus
Na terra no mar e nos céus,
Deixai vossas vozes, cantar:
O Senhor ressuscitou!
Aleluia, Ele vive!
No sorriso do doente.
Na mão que se dá, estendida.
No pão que se entrega, partido.
No amor destemido,
No sol nascente.
Aleluia, Ele vive
Nos que vivem para os outros.
Nos que lutam pela verdade,
Pela justiça e pelo amor.
No coração peregrino
De quem percorre o caminho
Percorrido pelo Senhor.
Olinda Ribeiro

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Mestre, Senhor...


Glória a ti Mestre  e meu Senhor
Que te fazes pequeno e humilde no pão
Glória a ti alimento da minha vida
Pão partido para o mundo
Sem conta nem medida,
irmão -nosso, nosso pão.
Glória a ti Mestre e meu Senhor
Que assim te ofereces todo inteiro
A cada um de nós,
Por amor.
Glória a ti Mestre e meu Senhor
Que aos meus pés te ajoelhas
Para os lavar docemente.
A mim que sou pecadora,
A mim serva, que te não mereço.
Ensina-me Senhor, eu te peço:
Ensina-me o teu jeito de amar,
A humildade para me ajoelhar e servir
A cada irmão
Acolher, servir, amar,
Comungar e repartir e o teu pão.
E com alegria cumprir
Enquanto existir, a tua vontade.
Olinda Ribeiro

domingo, 17 de abril de 2011

O Amor Vive!


Tu, que sentes que a vida há muito morreu e permaneces inerte à espera do fim;
Tu, de olhar preso à pedra do sepulcro, saudoso do Deus que partiu;
Tu, que adormeces ao som de sirenes e sonhas com um novo amanhecer;
Tu, que lutaste e desesperaste pela Justiça e te deixas agora de braços caídos;
Tu, que vives de recordações, esquecido  do mundo;
Tu, que te vês de repente só… A noite escura no horizonte…
Tu, que não sabes onde encontrar os alimentos de amanhã;
Tu, criança, a quem em vez de um mundo de fantasia te deram armas reais;
Tu, que vives numa luta constante para que o ódio não cristalize em ti:
Alegra-te! 
Ergue um hino à Liberdade!
Sem reservas estende as mãos e
Escuta!
Há ecos de vitória no ar.
O vento assobia por entre as árvores, hinos à Vida.
O mar entoa nas rochas melodias de alegria,
 E os gemidos dos canhões são abafados pelos risos das crianças.
Rejubila!
Num ímpeto de esperança a Natureza se levanta
O Homem e a Mulher dignificados avançam lado a lado
E a Criança destemida pode abraçar o desconhecido.
Os sonhos adormecidos despertam.
A morte, para sempre, foi vencida.
Ergue os teus olhos!
O sol já lá vai alto e a Luz a todos ilumina.
É a manhã que cresce de mansinho;
Uma nova aurora que desponta.
Acorda!
O sepulcro está vazio
E o Amor Vive!

Uma Santa Páscoa para todos
Olinda Ribeiro

sábado, 16 de abril de 2011

Porque me amas


Como é pesado o madeiro que carregas, meu Senhor…
De que são feitos os cravos que trespassam a s Tuas mãos?
De quem são as mãos que seguram o martelo?
Por quem as Tuas lágrimas?
Porquê tanta dor?
O abandono, a fome, as guerras,
Rasgam a tua carne.
O endeusamento do dinheiro,
A ânsia  de poder,
A mentira e toda a espécie de ódios
Fazem jorrar o teu sangue.
E eu, vendo-te morrer
Deixo-me ficar.
Como se não fosses tu quem crucificamos
Como se não fossemos nós que morremos.
É mais fácil ignorar,
Fingir que não vemos…
E tu, que tanto me amas, tudo esqueces
E, do alto da cruz, mesmo assim,
 te lembras de mim.
«Pai, dá-lhes o teu perdão».
Olinda Ribeiro

domingo, 3 de abril de 2011

Meu bom amigo...


Hei-de cantar tua bondade Senhor
A tua bondade por mim é infinita.
És meu Jesus
O Deus que passa.
O Deus que me vê e me faz ver.
És, Senhor, o Deus que me abraça,
O Deus que fica,
Me resgata da morte
E me faz viver.
O Deus que escuta minha alma que suplica:
«Senhor, que eu possa ver!»
Tu és meu Deus
O amigo que permanece,
Se compadece,
e chora.
E aqui estás meu Senhor
À porta do meu túmulo, ao meu lado, agora
E me dizes com amor:
«Levanta-te, acredita, vive.
Eu sou a Vida, não temas, ressuscita!»
Por ti, Senhor, lá dos céus me veio a luz.
Por ti e em ti, meu Jesus,
Tendo morrido me levanto.
Meu bom amigo, meu Senhor e meu Deus,
Amo-te tanto!
Olinda Ribeiro