quarta-feira, 18 de abril de 2012

Eu acredito!


Ainda que a noite persista e tolde o meu olhar
Eu acredito na força da luz na gota de orvalho, a cintilar.
Ainda que a terra se abra sedenta de vida
Eu acredito na nascente crescendo destemida, ávida de mar.
Ainda que o trigo no chão pareça sumir
Eu acredito na mão que lança a semente, promessa de vida a surgir.
Ainda que os gritos me impeçam de escutar
O riso, o silêncio, o vento a sussurrar
Eu acredito na melodia, no silêncio escondida
Na poesia em nós adormecida, que nos fará acordar
E cantar harmonias novas em horizontes renovados,
Novos hinos, outros fados,
Que cantem apenas o amor, a alegria de viver e partilhar.
Ainda que os punhos se cerrem e os braços pareçam caídos
Eu acredito nas mãos que se estendem,
Dos que não se dão por vencidos
E dão vida e cor às vidas dos mais frágeis e esquecidos.
Eu acredito nos pés que se desprendem do chão e saem de si
Eu acredito em mim, em ti,
Que podemos fazer a diferença
E banir a solidão.
Eu acredito que podemos ser chão seguro
e mudar a existência
de quem não vê o futuro, imerso na escuridão.
Eu acredito na gota de água, na semente,
No sorriso, no abraço, no gesto de bondade.
Eu acredito na gente, luz no escuro da gente
Que no silêncio pede amor, mais dignidade.
Eu acredito que tudo é possível se fizermos estrada,
Lado a lado, rumo à igualdade.            
Eu acredito em mim e em ti,
Que podemos ser morada
da força da humanidade.
Olinda Ribeiro

Sem comentários:

Enviar um comentário