O sol acordou e a brisa fresca do dia que nasce
Devagarinho
Me despertou
Busquei Tua face e não encontrei.
Mestre, onde moras?
Onde estás Senhor que eu não sei?
E na voz do vento o silêncio sorri.
E por um instante, por um momento
Os meus olhos se abriram e eu vi.
No brilho do sol,
Na força do mar,
No silêncio da noite que cai de mansinho,
Eu vi o Senhor.
Na luz do farol que teima em brilhar
Nas noites da vida, na luz do luar,
Eu vi o Senhor.
E a dança do vento entre as searas
Que eu não entendia
É agora Tua voz dizendo:
Bom dia.
E o canto da ave, a canção da mãe,
São tua voz também,
Na voz do Menino nascido em Belém.
E os pés do menino que por mim quis morrer,
Deixaram um rasto de raios de sol
Para me aquecer.
Olinda Ribeiro
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