domingo, 17 de abril de 2011

O Amor Vive!


Tu, que sentes que a vida há muito morreu e permaneces inerte à espera do fim;
Tu, de olhar preso à pedra do sepulcro, saudoso do Deus que partiu;
Tu, que adormeces ao som de sirenes e sonhas com um novo amanhecer;
Tu, que lutaste e desesperaste pela Justiça e te deixas agora de braços caídos;
Tu, que vives de recordações, esquecido  do mundo;
Tu, que te vês de repente só… A noite escura no horizonte…
Tu, que não sabes onde encontrar os alimentos de amanhã;
Tu, criança, a quem em vez de um mundo de fantasia te deram armas reais;
Tu, que vives numa luta constante para que o ódio não cristalize em ti:
Alegra-te! 
Ergue um hino à Liberdade!
Sem reservas estende as mãos e
Escuta!
Há ecos de vitória no ar.
O vento assobia por entre as árvores, hinos à Vida.
O mar entoa nas rochas melodias de alegria,
 E os gemidos dos canhões são abafados pelos risos das crianças.
Rejubila!
Num ímpeto de esperança a Natureza se levanta
O Homem e a Mulher dignificados avançam lado a lado
E a Criança destemida pode abraçar o desconhecido.
Os sonhos adormecidos despertam.
A morte, para sempre, foi vencida.
Ergue os teus olhos!
O sol já lá vai alto e a Luz a todos ilumina.
É a manhã que cresce de mansinho;
Uma nova aurora que desponta.
Acorda!
O sepulcro está vazio
E o Amor Vive!

Uma Santa Páscoa para todos
Olinda Ribeiro

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