sexta-feira, 22 de abril de 2011

Mestre, Senhor...


Glória a ti Mestre  e meu Senhor
Que te fazes pequeno e humilde no pão
Glória a ti alimento da minha vida
Pão partido para o mundo
Sem conta nem medida,
irmão -nosso, nosso pão.
Glória a ti Mestre e meu Senhor
Que assim te ofereces todo inteiro
A cada um de nós,
Por amor.
Glória a ti Mestre e meu Senhor
Que aos meus pés te ajoelhas
Para os lavar docemente.
A mim que sou pecadora,
A mim serva, que te não mereço.
Ensina-me Senhor, eu te peço:
Ensina-me o teu jeito de amar,
A humildade para me ajoelhar e servir
A cada irmão
Acolher, servir, amar,
Comungar e repartir e o teu pão.
E com alegria cumprir
Enquanto existir, a tua vontade.
Olinda Ribeiro

domingo, 17 de abril de 2011

O Amor Vive!


Tu, que sentes que a vida há muito morreu e permaneces inerte à espera do fim;
Tu, de olhar preso à pedra do sepulcro, saudoso do Deus que partiu;
Tu, que adormeces ao som de sirenes e sonhas com um novo amanhecer;
Tu, que lutaste e desesperaste pela Justiça e te deixas agora de braços caídos;
Tu, que vives de recordações, esquecido  do mundo;
Tu, que te vês de repente só… A noite escura no horizonte…
Tu, que não sabes onde encontrar os alimentos de amanhã;
Tu, criança, a quem em vez de um mundo de fantasia te deram armas reais;
Tu, que vives numa luta constante para que o ódio não cristalize em ti:
Alegra-te! 
Ergue um hino à Liberdade!
Sem reservas estende as mãos e
Escuta!
Há ecos de vitória no ar.
O vento assobia por entre as árvores, hinos à Vida.
O mar entoa nas rochas melodias de alegria,
 E os gemidos dos canhões são abafados pelos risos das crianças.
Rejubila!
Num ímpeto de esperança a Natureza se levanta
O Homem e a Mulher dignificados avançam lado a lado
E a Criança destemida pode abraçar o desconhecido.
Os sonhos adormecidos despertam.
A morte, para sempre, foi vencida.
Ergue os teus olhos!
O sol já lá vai alto e a Luz a todos ilumina.
É a manhã que cresce de mansinho;
Uma nova aurora que desponta.
Acorda!
O sepulcro está vazio
E o Amor Vive!

Uma Santa Páscoa para todos
Olinda Ribeiro

sábado, 16 de abril de 2011

Porque me amas


Como é pesado o madeiro que carregas, meu Senhor…
De que são feitos os cravos que trespassam a s Tuas mãos?
De quem são as mãos que seguram o martelo?
Por quem as Tuas lágrimas?
Porquê tanta dor?
O abandono, a fome, as guerras,
Rasgam a tua carne.
O endeusamento do dinheiro,
A ânsia  de poder,
A mentira e toda a espécie de ódios
Fazem jorrar o teu sangue.
E eu, vendo-te morrer
Deixo-me ficar.
Como se não fosses tu quem crucificamos
Como se não fossemos nós que morremos.
É mais fácil ignorar,
Fingir que não vemos…
E tu, que tanto me amas, tudo esqueces
E, do alto da cruz, mesmo assim,
 te lembras de mim.
«Pai, dá-lhes o teu perdão».
Olinda Ribeiro

domingo, 3 de abril de 2011

Meu bom amigo...


Hei-de cantar tua bondade Senhor
A tua bondade por mim é infinita.
És meu Jesus
O Deus que passa.
O Deus que me vê e me faz ver.
És, Senhor, o Deus que me abraça,
O Deus que fica,
Me resgata da morte
E me faz viver.
O Deus que escuta minha alma que suplica:
«Senhor, que eu possa ver!»
Tu és meu Deus
O amigo que permanece,
Se compadece,
e chora.
E aqui estás meu Senhor
À porta do meu túmulo, ao meu lado, agora
E me dizes com amor:
«Levanta-te, acredita, vive.
Eu sou a Vida, não temas, ressuscita!»
Por ti, Senhor, lá dos céus me veio a luz.
Por ti e em ti, meu Jesus,
Tendo morrido me levanto.
Meu bom amigo, meu Senhor e meu Deus,
Amo-te tanto!
Olinda Ribeiro

sexta-feira, 25 de março de 2011

Senhora do Sim

Maria…
mulher de Nazaré, mãe da humanidade…
Nos teus braços a certeza de Israel!
Maria, modelo de fé… A escolhida de Deus para ser morada
Recebe, serena, Deus Menino…
Maria abençoada!...
Nos teus olhos o brilho dos que na intimidade de Deus
Conhecem a infinita felicidade…
Maria mãe,
Mulher,
que acreditaste até ao fim e, mesmo sem entender,
ousaste dizer: «faça-se em mim».
Maria… caminhante com Cristo e em Cristo
Transforma o presente em eternidade!
A esperança no Natal em Natal da Esperança!
Maria, ponte que liga a terra ao Céu,
Mãe do Deus vivo no «tu» e no «eu».
Maria, minha mãe
Ensina-me, Senhora do Sim
A tua fidelidade.
Ensina-me o silêncio, o serviço
A humildade.
Ensina-me mãe, o amor
A teu filho, Jesus,
meu Senhor.
Olinda Ribeiro

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vives em mim






















 De onde vem a força na minha fraqueza?
De quem é a mão que me faz levantar?
Porque brilham os meus olhos se eu não sou luz?
Quem me faz rica na minha pobreza
E orienta os meus passos ao caminhar?
Quem planta flores na minha cruz?
Quem fala por mim, que não sei falar?
Quem, na minha boca, põe a verdade,
E enche a minha vida de cor?
Quem me acolhe se eu falhar?
Quem me serena na tempestade?
Quem no meu coração semeia amor?
Só tu Senhor és minha vida
Tudo o que sou, de ti me vem
Tu me amas sem conta ou medida
E a ti me entrego, agradecida.
Eu, sem ti, não sou ninguém.
Olinda Ribeiro

sábado, 19 de março de 2011

Que bom estarmos aqui...


Contigo subi à montanha,
Ao alto dessa montanha que és tu, meu Senhor.
Que bom é estarmos aqui…
Aqui no alto onde só existimos nós.
Eu, tu e a tua paz.
Eu, tu e a tua Lei.
Eu, tu e a tua palavra.
Eu e o teu amor.
Que bom estarmos aqui…
Quiseste elevar-me e aqui me tens, Senhor,
No alto da montanha
Pobre, frágil, cheia de incertezas, de fraquezas…
Assim me escolheste para subir à montanha contigo,
E é tão bom estarmos aqui…
Permanece, Senhor, em mim,
Fala-me, olha-me e eu serei tua tenda
Tua morada.
«Levanta-te, não tenhas medo».
Que temerei eu contigo do meu lado?
Como ficar por terra quando amorosamente me dizes:
«Levanta-te!»
Que bom estarmos aqui, Senhor…
Quisera aqui, contigo, permanecer,
Mas é preciso descer.
Contigo me levanto,
Para ti ergo o meu olhar
E tu, que és o meu Senhor
Desces a montanha comigo
E escolhes a minha vida para morar.
Que bom estarmos aqui…
Aqui, em baixo, também pode ser montanha.
Como és bom, meu Senhor…
Olinda Ribeiro

terça-feira, 15 de março de 2011

Tenho sede


O meu Senhor vem ter comigo
Comigo…
O meu Senhor…
Senta-se à beira do poço e diz-me:
«Dá-me de beber!»
A mim…
O meu Senhor…
Como me pedes de beber, a mim, que morro de sede?
Tu que és minha água, meu alimento?!
Tenho sede da tua justiça, da tua paz
Tenho sede do teu amor
Tenho sede de ti, meu Senhor.
Deixa-me beber essa água viva
Que tudo transforma
Para que eu seja digna de levar os meus irmãos à fonte
Que sacia para sempre as nossas sedes.
A fonte que és tu, meu Senhor.
Aqui…
Na beira do poço…
Sentado comigo…
O meu Senhor…
Olinda Ribeiro

segunda-feira, 14 de março de 2011

Do alto da cruz



Do alto da cruz,
Um fogo intenso incendiou a terra
E o seu ventre de cinzas explodiu em vida
Nova, fortalecida.
Do alto da cruz,
O vento forte soprou
E todos os montes
De todos os calvários
Sentiram a força de renascer.
Do alto da cruz,
Num grito de liberdade
Uma pomba branca abriu asas e voou
E um novo dia aconteceu.
Do alto da cruz,
Uma fonte de água viva jorrou
E para sempre matou todas as sedes da humanidade.
No alto da cruz,
Apenas uma luz pequenina e trémula ficou
Porque o grande Sol
Se dividiu em mil luzes
Que iluminam para sempre os nossos caminhos,
limpam a noite dos nossos olhos e nos permitem ver.
Meu Senhor que és meu fogo, minha água fresca, minha liberdade e minha luz
Deixa-me morrer contigo na tua cruz
E com o teu Espírito para sempre renascer.
Olinda Ribeiro

sábado, 12 de março de 2011

O teu rosto...


Quero limpar, o teu rosto, Senhor.
Quero enxugar tuas lágrimas,
Partilhar tua dor.
É por mim, teu sofrimento,
Para mim, o teu perdão,
O teu amor.
Foi por mim, o teu sangue derramado.
Por mim a tua entrega, sem lamento.
Por mim, Senhor, teu carrasco, teu filho amado…
Deixa que por um momento
Repouse em ti meu olhar
e minha vida se perca na tua.
Não hei-de ficar
vendo-te sofrer,
morrendo,
caído,
espezinhado,
na rua,
passando.
Quero, Senhor, ser tua Verónica, teu Cireneu.
E como o bom ladrão
Ouvir tua doce voz dizendo:
Hoje estarás comigo no céu.
Olinda Ribeiro